G20 aprova plano para estimular economia

    Retirada de estímulo dos EUA domina discussões na reunião das vinte maiores economias

    Redação com agências

    O G20, grupo das 20 principais economias do mundo, aprovou ontem um plano para fomentar o crescimento econômico e a criação de emprego. A decisão foi tomada no primeiro dia da Cúpula do G20, que ocorre em São Petersburgo, segunda maior cidade da Russia. “De forma unânime, pronunciaram- se todos a favor da aprovação de um plano de ação para fomentar o crescimento da economia e a criação de emprego”, disse o ministro das Finanças russo, Antón Siluánov, durante uma entrevista coletiva.

    Segundo ele, o plano inclui um pacote para impulsionar o crescimento e reduzir o desemprego e faz alusão à “necessidade de adotar medidas para estimular o investimento e prevenir a volatilidade do fluxo de capitais”. Siluánov destacou que o problema do desemprego é particularmente doloroso em alguns países da zona do euro. “Pode dizer-se que a economia dos países desenvolvidos está enviando sinais positivos. Agora todos concentram as atenções na situação dos países em desenvolvimento, uma vez que os ritmos de crescimento diminuíram”, acrescentou.

    O ministro das Finanças russo disse ainda que o grupo também aprovou um plano de prevenção da erosão da base fiscal dos países membros do G20. Na aberturado encontro, o presidente anfitrião, Vladimir Putin, disseque o crescimento e o emprego são as prioridades da presidência russa do grupo, que inclui as principais economias desenvolvidas e emergentes do mundo. Ele alertou para o risco de uma nova crise econômica, apesar da melhoria nos mercados financeiros. No encontro, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, prometeu a redução progressiva do programa de estímulo econômico executado pelo Federal Reserve (Fed), Banco Central norte-americano.

    A maioria dos outros dirigentes expressou a vontade de reduzir a dívida pública e o déficit orçamentário, tanto no médio como no longo prazo. O G20 decidiu também analisar a atuação das agências de rating (classificação de risco), particularmente a objetividade das suas classificações, dado o impacto no mercado e nas economias analisadas. Foi elaborada ainda uma lista de 28 grandes bancos e nove seguradoras que nunca poderão entrar em falência, tendo sido colocada na mesa uma nova série de exigências aos seus acionistas.

    No primeiro dia da reunião de Cúpula, o grupo dos Brics pediu ao G20 que impulsione a demanda global e garanta que qualquer mudança na política monetária seja bem indicada para minimizar quaisquer “contágios” problemáticos que possam vir como resultado. “A eventual normalização das políticas monetárias precisa ser efetivamente e cuidadosamente calibrada, e claramente comunicada”, informaram os Brics — grupo formado pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul — depois que seus líderes se reuniram em São Petersburgo.

    O comunicado reflete as preocupações entre os países em desenvolvimento em relação à perspectiva de que o Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, irá reduzir sua política monetária ultra frouxa, e acerca da visão de que a Europa não está fazendo o suficiente para promover uma recuperação conduzida pela demanda.

    A Rússia e a China alertaram que o fim do programa de compra de títulos do banco central dos Estados Unidos pode ter um impacto profundo sobre a economia global e pediram cautela nas decisões.

     

    Fonte: Brasil Econômico

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