O GLOBO COM G1 E GLOBO NEWS
RIO – Centrais sindicais realizam protestos que interrompem diversos serviços pelo país, como o transporte e a rede pública de ensino. No Nordeste, manifestantes bloquearam vias na Bahia, no Ceará e no Maranhão. Também há atos em outros estados, como Amapá, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Minas Gerais, Paraná, Piauí, Rio Grande do Sul, São Paulo e Tocantins. Eles fazem parte do Dia Nacional de Mobilização e Paralisação, que pedem um transporte coletivo de melhor qualidade, como também redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, fim da terceirização e a destinação de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para a educação.
Em Macapá, os manifestantes são mototaxistas e membros da Força Sindical e da União Geral dos Trabalhadores. Eles se reúnem na Praça do Barão, no centro comercial da capital do Amapá.
Em Fortaleza, todos os sete terminais de ônibus foram fechados às 5h de hoje por manifestantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Central Sindical e Popular – Conlutas (CSP/ConlutasConlutas) e membros de outros sindicatos. No Bairro do Siqueira, há confronto entre Policiais do Comando Tático Motorizado com trabalhadores. A população na capital cearense pode ficar sem o transporte até o fim do dia.
Na capital baiana, por volta das 8h, como estava previsto, rodoviários estão retornando aos poucos às atividades. No entanto, os pontos estão lotados de pessoas que dependem do transporte coletivo. Um grupo se concentrou na BR-324, na altura do Km-518, impedindo o tráfego de veículos entre as 6h15 às 8h, segundo a Polícia Rodoviária Federal. A paralisação em Salvador também acontece nas redes estadual e municipal de ensino.
Na Grande Vitória, o trânsito ficou congestionado na Terceira Ponte aos motoristas que seguiam para a capital capixaba. A via foi interditada nesse sentido por volta das 6h, por integrantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT-ES) e da Força Sindical. No sentido oposto, o tráfego flui normalmente, com as cancelas do pedágio liberadas. A CUT-ES quer chamar a atenção da sociedade para o Projeto de Lei (PL) 4330/2004, que regulamenta a terceirização nos serviços público e privado. Para a central, essa PL prejudica o trabalhador de carteira assinada. Outro grupo se concentra em frente à rodoviária e interrompeu o tráfego da Segunda Ponte, sentido Cariacica-Vitória.
Em São Luís, rodoviários também aderiram à paralisação, que deve durar até às 15h. O presidente do sindicato da classe na região afirmou que, a partir das 7h, os coletivos iriam parar de circular pela cidade. Motoristas e cobradores reclamam da falta de segurança no setor de transporte. Foram registrados 420 assaltos a ônibus desde janeiro deste ano. Na noite de quinta-feira, o desembargador James Magno Araújo Farias, do Tribunal Regional do Trabalho do Maranhão, determinou que a atividade de 90% da frota fosse mantida. O descumprimento da ordem acarretará multa de R$ 10 mil por hora, com teto de R$ 240 mil.
Em Belo Horizonte, as estações de ônibus em Barreiro e Diamante foram fechadas pelos rodoviários. O Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário exige a aprovação de um projeto em trâmite na Câmara dos Vereados para extinguir a função de cobradores no turno da noite.
No Paraná, professores da rede estadual relembram, em protesto, os 25 anos da repressão policial aos educadores, que aconteceu em 1998, em Curitiba. Eles se reuniram por volta das 9h, na Praça Santos Andrade, e seguem em passeata até o Palácio Iguaçu. Aproximadamente 1,5 milhão de estudantes estão sem aula por conta da manifestação.
Fonte: O Globo