Redação
Vitória da Conquista (BA) — A presidente Dilma Rousseff procurou rebater, ontem, as críticas recorrentes ao mau desempenho da economia durante seu governo, marcado por baixas taxas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). Segundo ela, embora a expansão da economia seja importante, o desenvolvimento deve ser avaliado também pelo acesso da população a itens como emprego, moradia, educação e saúde.
“Um país desenvolvido não é aquele em que o PIB cresce, em que você mede a qualidade de vida das pessoas pela quantidade de produtos”, disse ela. “Um país desenvolvido se mede pelo conforto das pessoas, pelo acesso à casa própria e ao emprego, pela qualidade da saúde e da educação que elas recebem”, acrescentou.
“É obvio que a gente precisa que a economia cresça”, reconheceu Dilma. “Mas, no Brasil, nós temos a experiência passada em que PIB crescia e a renda se concentrava na mão de poucos. Queremos que a produção aumente, mas que a renda seja distribuída”, disse ela, durante uma solenidade de entrega de casas populares.
Nos últimos dias, a presidente tem sido fortemente criticada pela ex-ministra Marina Silva, potencial candidata nas eleições presidenciais de 2014 e maior ameaça ao seu projeto de reeleição. Além de usar pronunciamentos públicos para responder aos ataques, Dilma determinou ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, que tome medidas para enfraquecer a munição dos adversários. Anteontem, o ministro anunciou que o Tesouro deixará de transferir recursos ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para engordar artificialmente a carteira de empréstimos da instituição, política que vem provocando crescimento da dívida bruta do governo.
Na segunda-feira, Marina observou que o país precisa restaurar o tripé da política macroeconômica que garantiu a estabilidade depois do Plano Real — formado por geração de superavits primários nas contas públicas, metas de inflação e câmbio flutuante. Marina identificou o relaxamento dessa política como o motivo de a inflação ter ficado sempre ao redor do limite de 6,5%, nos últimos anos, mas, para Dilma, isso não aconteceu.
“A inflação e as contas públicas estão absolutamente sob controle. Inclusive com queda na participação do PIB dos três principais itens do orçamento federal: previdência, pessoal e pagamento dos juros. Quando o Brasil teve US$ 378 bilhões de reservas? Por isso, queridos, o tripé nunca foi abandonado”, disse a presidente.
Fonte: Correio Braziliense