A presidente Dilma Rousseff anunciou a correção da tabela do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) para 2015, em 4,5%. Normalmente, esse índice é divulgado no fim de cada ano e, para evitar perda dos trabalhadores, o ideal é que, pelo menos, acompanhe a inflação. Ao antecipar a divulgação, em uma jogada política, a presidente empurrou para o próximo governo o impacto fiscal de R$ 5,3 bilhões em 2015, segundo cálculos do Ministério da Fazenda. E para o trabalhador, uma correção provavelmente bem abaixo do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano, que, segundo expectativa do mercado, ficará acima de 6%.
O aumento abaixo da inflação só agrava a defasagem da tabela, que, atualmente, está em 61,42%, de acordo com os cálculos do presidente do Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal (Sindifisco Nacional), Cláudio Damasceno. Segundo ele, a manutenção do índice de 4,5% para o próximo ano incluirá ainda mais contribuintes no sistema.
Segundo estudo do sindicato, quem ganha R$ 3 mil mensais atualmente é descontado na fonte em R$ 129,39. Mas, se a tabela fosse corrigida pelo IPCA, pagaria somente R$ 17,89. Representa dizer que o Estado fica, indevidamente, com R$ 111,50 a mais do que deveria ser justo. O tamanho da mordida é equivalente a 623,25%, pelos dados do Sindifisco. “Quando se corrige a tabela do IRPF abaixo da inflação, todos os trabalhadores são prejudicados. O maior afetado, claro, é o de baixa renda. (SK)
Fonte: Correio Braziliense