EM SOLENIDADE DOS 20 ANOS DA MOEDA, TUCANOS SOBEM O TOM DAS CRÍTICAS AO GOVERNO FEDERAL E DIZEM QUE CHEGOU A HORA DA “RENOVAÇÃO”
Daniela Garcia
Em cerimônia de comemoração dos 20 anos do Plano Real, caciques do PSDB aproveitaram a tribuna do Senado para disparar críticas contra o governo Dilma Rousseff e conferir clima eleitoral à solenidade. Pré-candidato ao Palácio do Planalto, o senador Aécio Neves (MG) afirmou que o PT “mergulhou o país em um ambiente de desesperança e descrença no futuro”. Para o parlamentar, a estabilidade da economia do Brasil está em risco sob o comando de Dilma Rousseff. Depois do ato, senadores do PT rebateram as declarações dos tucanos.
A pedido de parlamentares do PSDB, o Congresso Nacional realizou ontem a sessão solene no Senado para lembrar a edição da Medida Provisória nº 434, que instituiu a Unidade Real de Valor (URV), que antecedeu o estabelecimento do Plano Real. Aécio afirmou que, na época, o PT foi um dos adversários do plano, criado pelo então ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, no governo Itamar Franco. O senador também criticou a ausência de parlamentares do governo na cerimônia. “Eu acho que o PT não se fez presente aqui por constrangimento daqueles que, lá atrás, consideraram o Plano Real um estelionato eleitoral simplesmente porque não atendia os interesses da candidatura presidencial deles”.
Durante o discurso no plenário, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso relembrou a trajetória de construção do Plano Real e criticou o modelo do comando atual da economia do país. “A gente tem que dizer a verdade ao povo, com sinceridade, e não fazer propaganda o tempo todo. Não fiz propaganda do que ia fazer, mas mostrei ao país, naquela ocasião, quais eram as dificuldades e por que podíamos superá-las”, afirmou, referindo-se à implantação do Plano Real.
FHC ainda defendeu a necessidade de “renovação” na política. Segundo ele, o atual governo vive com os “olhos no passado” e “chegou a hora de darmos novos passos”. O tucano também criticou indiretamente a presidente Dilma Rousseff, alvo constante de reclamações de empresários e de investidores. “O líder que não desperta confiança não é líder. O líder que pensa que ele, sozinho, desperta confiança, sem ter um apoio bastante tecido com outras forças da sociedade, tampouco é líder.”
“Esperança”
O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), rebateu as declarações dos tucanos. “O Brasil recuperou a esperança ao longo desses 11 anos de governo do PT. Desesperança era quando o desemprego tinha taxa de dois dígitos, a inflação era altíssima e o dólar atingia a cotação mais alta.” A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) respondeu ao ex-presidente Fernando Henrique sobre a negativa do PT à época de apoiar o Plano Real: “Não cabe a um governo pedir apoio da oposição para os seus planos, para os seus projetos, para as suas ações”, disse.
“Acho que o PT não se fez presente aqui por constrangimento daqueles que, lá atrás, consideraram o Plano Real um estelionato eleitoral simplesmente porque não atendia os interesses da candidatura presidencial deles”
Aécio Neves, pré-candidato do PSDB à Presidência da República
“Não cabe a um governo pedir apoio da oposição para os seus planos, para os seus projetos, para as suas ações”
Gleisi Hoffmann, senadora do PT-PR
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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi recebido ontem, em Cuba, pelo presidente do país caribenho, Raúl Castro. No encontro, Lula e Raúl conversaram sobre a produção de energia na ilha e sobre agricultura. Cuba quer trocar experiências com o Brasil sobre a ampliação do uso de biomassa na matriz energética, especialmente com a produção de cana-de-açúcar. A visita de Lula ocorre três semanas depois de a presidente Dilma Rousseff cumprir agenda na ilha caribenha. Hoje, o petista, acompanhado pelo senador Blairo Maggi (PR-MT) e por autoridades locais, visita uma plantação de soja.
Fonte: Correio Braziliense