Esta eleição foi tão chata que, ao contrário das anteriores, mal sabia quem estava na frente das pesquisas, não assisti a nenhum programa eleitoral, li sem interesse as notícias políticas da imprensa e não mantive o hábito de me divertir com a criatividade dos nomes, apelidos e slogans das várias “figuraças”. Mesmo assim, deu para fazer algumas reflexões sobre o pleito de ontem. Nos lugares de grande aglomeração foi impossível escapulir dos políticos: fiquei sem saída em Madureira, no subúrbio do Rio, quando numa farmácia, sob um barulho infernal, dei de cara com a “mãe loura do funk”, Verônica Costa, de quem “ganhei” um abraço suado e um “santinho” no bolso.Sob a máxima de que “juntos venceremos”, o jornal O Globo e a revista Veja, “levantaram várias bolas” para serem cortadas pelo PSDB para a vitória em 1º turno. Contudo, o principal atacante do partido, José Serra, cansou de cortar na rede ou, fora da quadra.Quando “diabo não vem, manda o secretário”: os pastores Silas Malafaia e R.R. Sores não foram candidatos, mas pediram votos para o irmão e o filho, respectivamente. Afinal, “possuem o mesmo sangue, a mesma fé e o mesmo amor”.César Maia, que se considera o maior entendido em eleições do mundo, ministra aulas através do seu blog, sobre como vencer eleições. Mas, ele próprio não deve ter seguido à risca o que ensina: não conseguiu nenhuma das duas vagas do RJ para o senado.Ficou em 4º.Pobre de nós fluminenses que vamos ter que aturar como parlamentares Romário, Bebeto, Myrian Rios e Jean Wilis (ex-BBB). Bem fizeram os paulistas que apesar do “pior que tá não fica” do Tiririca: barraram o pagodeiro Netinho, Marcelinho Carioca, Kiko e Leandro do KLB, Agnaldo Timóteo, Vampeta, Moacir Franco e Juca Chaves, Porém, o maior destaque paulista foi o zero voto da Mulher Pêra. Áos quarenta e cinco do segundo tempo, Joaquim Roriz, em Brasília, temendo não poder concorrer por ser “ficha suja”, colocou sua esposa em seu lugar como candidata a governadora. Eu imagino o nível cultural da “madame” (que vai para o segundo turno) que num debate na TV, não conseguia entender que tinha direito a “réplica”. Para finalizar, a constatação de que “mais uma vez o mundo se curva diante do Brasil”: Após a decisão do STJ de que, para o exercício do voto era necessário apenas um documento com foto, o Brasil passou a ser o único país do mundo onde o titulo de eleitor não serve para votar.
Inicial PIOR DO QUE TÁ NÃO FICA