NOSSA LINDA FAMÍLIA CANINA -Parte 1

    Eu já falei deles separadamente, mas a partir de hoje vou contar em três capítulos a história completa de como se formou esta nossa linda família canina.  No começo do ano de 2004, estando eu a viver meio solitário, ganhei de presente aquela linda bolinha de pêlos, uma gracinha, um amor. Eu jamais tivera um cachorro vivendo comigo, mas o amei logo à primeira vista.  Lena também se encantou dele assim como os filhos dela. Ele tinha apenas um mês de vida. A responsabilidade de criá-lo era muito grande. E El já vinha com nome e sobrenome: Touche Muraoka.  Diga-se que em meados de 2003 a vida me fez aproximar ainda mais de Lena e sua família face ao infausto desaparecimento de minha segunda esposa, de quem Lena era muito amiga há cerca de uns 20 anos. Tinha pedigree e tudo o mais. Foi meu amigo e companheiro de noites e mais noites de uma solidão muito doída por mais de três anos. Eu me dediquei muito a ele assim como Marlene, que já cuidava de minha casa e de mim, e ainda me ajudou muito no educar o pequeno Yorkshire.  Em algumas madrugadas, enquanto Touche dormia na parte de baixo da casa, eu tive que levantar por ouvir o chorinho dele e ir ver o que se passava. Ele apenas queria companhia, e isso eu queria também. Minha solidão me maltratava muito, porém Touche também devia se sentir solitário nas trevas da noite, na sala. Algum tempo depois providenciei uma tela para proteger Touche de cair pela escada quando estivesse na parte de cima da casa. Ele era ainda bem pequeno e suas perninhas não conseguiam alcançar os degraus. O fato é que Touche foi crescendo e ganhando a simpatia de todos no condomínio no bairro do Braga. Na vizinhança não havia quem não se apaixonasse por Touche ao conhecê-lo. Ele sempre foi muito esperto, demonstrando inclusive uma facilidade muito grande para aprender tudo que a ele fosse ensinado. Os anos também se passaram para ele até que certo dia Lena me disse que iria tentar ensiná-lo a subir a escada de dois lances. Na verdade, vê-la “dando aulas” para Touche subir e descer a escada com segurança, creiam, foi algo emocionante. A dedicação de Lena por dias seguidos e a atenção prestada sempre por Touche que começou logo a mostrar progressos foi algo indescritível com meras palavras, e emoção não se pode transmitir de outra forma.  Após algumas aulas Touche começou a subir e descer sempre conforme as lições que recebera de Marlene. Mesmo quando já morávamos na casa nova de Lena, ao irmos à minha casa do Braga, Touche subia e descia a escada do mesmo jeito que Lena lhe ensinara muitos anos antes. Aquela coisa pequenina provou que a raça Yorkshire tem mesmo uma grande capacidade para o aprendizado, mas também outras qualidades que vocês não acreditariam se eu as revelasse aqui.  Sempre ouvi dizer que aquela raça tem uma capacidade auditiva e visual muito mais sensível que a humana. E é verdade. Eu tenho histórias que deixo de contar pela descrença que sei gerarei nos amigos. Fatos que ocorreram geralmente durante a madrugada quando eu estava só com ele no quarto e que me deixavam arrepiado. Touche adorava quando Lena chegava a minha casa pelas 10 horas da manhã, pois logo ela o levava a dar uma volta pelo condomínio, o que ela repetia na parte da tarde antes de voltar para a casa dela. Ele crescia devagar mostrando o seu lado macho, viril, pois o baixinho não “negava fogo”.  Touche teve um grande amor, a linda Sabrina que pertencia a uma senhora amiga nossa. Acabaram “namorando” e “casando”. A lua-de-mel foi na minha casa do Braga. Desse romance nasceu Safira, hoje com seis anos, e outra cachorrinha que sobreviveu pouco tempo.  Preciso dizer que quando me acometeu o problema de saúde e fui morar na nova casa de Lena, com o consentimento dela e de seus filhos, Safira tinha menos de um ano. Era ainda bem pequena, todavia já exibia uma beleza que herdou de seus pais, especialmente de sua mãe, a linda Sabrina. O bravo Yorkshire ainda namorou e teve um “romance” com outra cadela da mesma raça que pertencia à vizinha em frente, no Braga. Na verdade nossa vizinha foi que forçou a barra, deixando a cachorrinha dela em nossa casa, certa vez, enquanto ia fazer compras, sabendo que ela estava no cio. Ora, Touche, como eu já disse, não negava fogo, jamais. Partiu pra cima da Kiki e… “mandou bala”. Desse encontro acabaram nascendo sete, repito sete cachorrinhos. Uma safra e tanto.  A vizinha vendeu seis filhotes e ficou com apenas um que, mesmo que Touche não queira admitir, para não ter que “pagar pensão”, é a cara dele e é macho também.  Aqui termino a primeira parte desta história que continuará na próxima semana. Francisco Simões. (Outubro / 2012)

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